Compra de Imóvel na Planta: Cuidados com o Contrato

Compra de Imóvel na Planta: Cuidados com o Contrato

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A compra de imóvel na planta é uma alternativa atrativa para muitos brasileiros, seja pelo preço mais acessível, seja pela possibilidade de valorização do bem até a entrega das chaves. No entanto, esse tipo de aquisição envolve riscos específicos, principalmente relacionados ao contrato de compra e venda firmado com a construtora ou incorporadora. Por isso, é essencial conhecer os cuidados que devem ser tomados antes de assinar qualquer documento.

O que é um contrato de compra e venda de imóvel na planta?

O contrato de compra e venda de imóvel na planta é um instrumento jurídico que formaliza a aquisição de uma unidade ainda em construção ou em fase de projeto. Ele é regido, entre outras normas, pela Lei nº 4.591/64 (Lei de Incorporações Imobiliárias) e pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), já que normalmente envolve relação de consumo entre construtora e comprador.

Além disso, esse contrato estabelece as condições de pagamento, o prazo de entrega, a descrição do imóvel e outras obrigações entre as partes. Embora pareça padronizado, pode esconder cláusulas abusivas ou lacunas que colocam o comprador em desvantagem.


Principais cuidados ao assinar um contrato de compra de imóvel na planta

1. Verifique a regularidade da incorporadora

Antes de assinar o contrato de compra de imóvel na planta, é fundamental:

  • Pesquisar o histórico da construtora, especialmente quanto ao cumprimento de prazos.

  • Conferir o registro da incorporação no Cartório de Registro de Imóveis, já que sem esse registro a venda é ilegal.

  • Exigir documentos como o Memorial de Incorporação, o alvará de construção e o projeto aprovado.

2. Analise com atenção o prazo de entrega

O contrato deve indicar de forma clara:

  • A data prevista para a entrega das chaves.

  • A cláusula de tolerância (geralmente de até 180 dias, conforme jurisprudência).

  • As penalidades em caso de descumprimento do prazo.

Portanto, sempre avalie se o prazo é realista e se existe proteção adequada para o comprador.

3. Entenda a composição do preço

Outro ponto que merece cuidado é o preço total do imóvel, que pode ser ajustado durante a obra. Normalmente, ele sofre correção monetária pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Além disso, o comprador deve estar atento a possíveis encargos ocultos, como taxas de evolução de obra ou despesas de financiamento após a entrega.

4. Evite cláusulas abusivas

Muitos contratos contêm disposições desfavoráveis ao comprador. Entre as mais comuns estão:

  • Multa desproporcional em caso de desistência.

  • Isenção de responsabilidade da construtora por atrasos.

  • Cobrança antecipada de taxas condominiais antes da entrega das chaves.

Essas cláusulas, entretanto, podem ser contestadas judicialmente com base no Código de Defesa do Consumidor.

5. Exija cláusulas claras sobre a rescisão contratual

Em caso de distrato (rescisão), o comprador tem direito à devolução parcial dos valores pagos. A Lei nº 13.786/2018 (Lei do Distrato) e decisões do STJ estabelecem que:

  • O percentual de retenção pela construtora pode chegar a até 25% ou 50%, dependendo do caso.

  • O prazo para devolução dos valores é normalmente de até 180 dias após a rescisão.

Assim, é fundamental que o contrato defina essas condições de forma clara e transparente.


Quais os riscos de não contar com orientação jurídica?

Deixar de contar com um advogado especializado na compra de imóvel na planta pode gerar sérios prejuízos, tais como:

  • Perdas financeiras por cláusulas abusivas.

  • Insegurança jurídica na posse do imóvel.

  • Dificuldade para reaver valores pagos em caso de problemas na obra.

  • Descumprimento de direitos previstos em lei.

Além disso, a análise preventiva evita litígios demorados e garante maior equilíbrio contratual. Veja também nosso artigo sobre cláusulas essenciais do contrato de compra e venda de imóvel.


Conclusão

Comprar um imóvel na planta pode ser um excelente investimento. Contudo, exige atenção redobrada ao contrato de compra e venda. Avaliar cada cláusula, entender direitos e obrigações e contar com apoio jurídico são passos fundamentais para evitar transtornos.

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